Você acha que é só lançar um e-commerce ou uma página em marketplace para ter cliente e venda feita? Consultor do Sebrae conta como fazer marketing digital e gerar tráfego para a loja
Juliana Pio, O Estado de S.Paulo
15 de junho de 2021 | 10h00
Com a alta do comércio eletrônico durante a pandemia, as pequenas empresas que vendem online com loja própria ou em marketplaces aproveitam o momento para se digitalizar ou aprimorar ferramentas. O apoio de redes sociais, principalmente no caso de pequenos empreendedores, também faz a diferença.
Pesquisa da Neotrust mostra que o e-commerce brasileiro faturou R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 72,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre as três categorias que mais cresceram na comparação com o ano anterior está a de entretenimento, que engloba papelaria, livros, DVDs e Blu-Ray, eletrônicos, games e tickets. Nesse grupo, os pedidos aumentaram 12,5% e o faturamento 12,4%.
O ano passado representou um recorde de crescimento desde 2007, de acordo com dados da consultoria Ebit-Nielsen. As vendas online atingiram R$ 87,4 bilhões no ano de 2020, com crescimento de 41% em relação ao ano anterior.
“Diferentemente da loja física, a internet permite vender uma pluralidade de itens por meio de diferentes canais, além do próprio site, e para muitas localidades”, diz Eder Max, consultor de negócios do Sebrae e especialista em marketing digital.
Segundo ele, o primeiro erro dos empreendedores é achar que basta criar um e-commerce para as vendas começarem. “É muito importante gerar tráfego, fazer com que as pessoas vejam o que você está fazendo e a rede social é o melhor caminho para isso.” O consultor ainda acrescenta: “Conteúdos em vídeo hoje funcionam melhor do que em texto e foto”.
Lívia Vasconcellos começou a vender artigos de papelaria como hobby em 2017 e transformou loja online em negócio milionário. Foto: Guilherme Vasconcellos
Foi o que fez a empreendedora Lívia Vasconcellos, que abriu sua papelaria online, a Lojinha da Lívia, há quatro anos e hoje fatura cerca de R$ 400 mil por mês. Divulga seus conhecimentos e promove seus produtos em redes como Instagram, TikTok e Pinterest. Especificamente no Youtube, ela mantém vídeos de sua empresa de cursos de gestão, destinados àqueles que querem abrir um negócio digital e não sabem como começar. Mais de 2 mil pessoas participaram do curso no ano passado. Destes, cerca de 100 abriram uma papelaria própria.
“Quando montei a minha lojinha virtual de papelaria, não vi ninguém no mercado ensinando a construir uma loja online do zero”, conta Lívia Vasconcellos, de 22 anos. “Hoje, se não está internet, você não existe. Além disso, muitos empreendedores pecam em conteúdo, postam fotos e vídeos de qualquer jeito. Tenho muito cuidado como tiro as minhas fotos, porque elas viralizam. E é preciso que tudo esteja alinhado. Será que você está vendendo a um preço justo? Seu site tem uma boa experiência? São pequenas coisas que passam credibilidade.”
Confira abaixo sete dicas para fazer o seu negócio online, segundo o consultor do Sebrae Eder Max.
7 dicas para empreender online
1. Entre no Google Meu Negócio
A ferramenta dará a localização estratégica da sua empresa nos mapas do Google. Ela ainda permite às pessoas fazerem avaliações e você pode informar sobre os seus produtos e serviços, como um canal de comunicação. É uma ferramenta gratuita, por isso é o pontapé para a jornada digital.
2. Esteja presente nas redes sociais
Escolha um nome interessante para todos os perfis. Não é legal variar. Busque sempre gerar tráfego para o seu site, por meio de call to actions (chamadas para ação), ou seja, em todas as postagens e interações, lance uma ação para o cliente, como clique aqui ou link na bio. Mostre para ele o que deve fazer para entrar em contato ou comprar. Redes sociais são indispensáveis para gerar tráfego.
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3. Faça um estudo sobre a precificação
Não são todos os produtos, por exemplo, que são viáveis para vender no marketplace, por causa das taxas, que podem chegar até 30%. Muito cuidado, pois tudo na internet tem precificação, desde a plataforma até o pagamento de domínio e links patrocinados. Isso entra na formação do preço de venda, o que justifica a importância de se fazer o estudo antes de anunciar o produto.
4. Conheça a legislação, como o Código de Defesa do Consumidor
Especialmente no que diz respeito à identificação e à divulgação de anúncios. A loja precisa ter políticas de privacidade, principalmente, agora com a Lei Geral de Proteção de Dados, por isso é preciso entender a legislação. Isso dará segurança para quem está começando nos canais digitais. Para ajudar o empreendedor a entender melhor o que fazer, o Sebrae tem um artigo sobre isso.
5. Faça SEO (Search Engine Optimization) no seu site
Otimize os seus produtos para que eles possam ser encontrados pelos mecanismos de busca do Google. Renomeie todas as imagens, com o nome da empresa e o nome do produto. O segundo ponto é colocar as palavras-chave, aqueles termos que as pessoas digitam no Google quando vão fazer uma compra, por exemplo, itens de papelaria perto de mim, onde comprar lapiseira Pentel etc. Muitas lojas não vendem porque não tem SEO. Aí nem a NASA encontra o produto
6. Verifique se o seu frete é competitivo
Existem várias opções de frete além dos Correios, como transportadoras e startups, o caso da Melhor Envio e da Mandaê, que podem ser até mais interessantes para os empresários. Isso vai diminuir o custo da loja virtual. O consumidor está atento ao prazo e ao valor do frete, por isso é importante deixá-lo mais competitivo.
7. Use o Google Analytics para analisar sua loja online
Quem não vende precisa entender o que está acontecendo, principalmente, ter conhecimento sobre a taxa de rejeição, ou seja, aquelas pessoas que entram no site e saem rapidamente. A alta neste índice pode significar, por exemplo, que o público que estou atraindo não é um possível comprador. Muitas vezes, o empreendedor que não está conseguindo vender na loja online desconhece o que ocorre dentro dela e não faz um rastreamento do comportamento do consumidor. O Google Analytics permite fazer essa análise, saber quantas pessoas entraram na loja, qual a origem do tráfego, tempo de navegação, cidades, dispositivos etc.