Com o comércio de rua fechado em decorrência do novo coronavírus, o e-commerce está sendo a saída encontrada por muitos empresários para minimizar os prejuízos e garantir a sobrevivência de empreendimentos dos mais distintos ramos de atividade.
Mas e os estabelecimentos que ainda não possuem uma loja virtual? Por onde começar?
Segundo o consultor do Sebrae-SP, Eder Max, especialista em marketing digital, diversos aspectos devem ser analisados, como os custos envolvidos na operação, o conhecimento do empresário em relação às soluções tecnológicas, além de plataformas disponíveis e estratégias de vendas e divulgação.
“Com a quarentena, o empresário que se preparou pelo menos dois meses atrás, certamente irá se destacar. No entanto, quem ainda não possui e-commerce, ainda tem tempo. É possível abrir uma loja virtual em poucos dias”, afirma Max.
CUSTOS
Inicialmente, de acordo com o consultor, o interessado em abrir uma loja virtual deve fazer um estudo prévio dos custos a serem demandados pela operação on-line.
Nesta etapa, são levados em consideração os meios de pagamentos a serem utilizados, os percentuais das taxas cobradas, o fluxo de caixa disponível, o tempo para recebimento das vendas, entre outros fatores.
CONHECIMENTO
Outro ponto que deve ser analisado é se o empreendedor possui um conhecimento técnico suficiente para ingressar nesse formato comercial. “Uma loja virtual não se vende sozinha. Ela depende de outros fatores como integração com redes sociais, impulsionamentos, além de técnicas para obter engajamentos e bons resultados em sites de buscas”, explica Max.
ESCOLHA DO NOME
Em seguida, deve-se escolher o nome da loja virtual, ou domínio do site. Um nome mais simples, fácil de ser memorizado, trará benefícios em longo prazo e permitirá que o site possa ser encontrado mais facilmente. Nesse processo, é preciso verificar se o domínio está disponível e se não há outra empresa que utiliza o mesmo nome.
PLATAFORMA
Após o desenvolvimento da identidade visual e da criação das redes sociais, vem a escolha da plataforma de e-commerce. Ela deve levar em conta as necessidades da empresa, além de aspectos como a expectativa de acessos e de crescimento. Preço é um elemento importante no processo decisivo, mas não pode ser o único.
“A plataforma deve ser a mais próxima possível do nível de conhecimento do público da empresa”, diz o consultor. Duas das plataformas mais utilizadas no país são a Tray e a Loja Integrada. “Se for contratar algum profissional para desenvolvê-la, tome muito cuidado na escolha”, aconselha. Procure trabalhos já realizados por esse profissional e veja se ele é recomendado por outros clientes.
ESTRATÉGIA
Utilizar uma estratégia digital adequada para impulsionar o e-commerce é fundamental, ou seja, buscar formas eficientes de engajar clientes para a loja virtual, como redes sociais, marketplaces, entre outras.
Para garantir o sucesso no processo de venda pela internet, é essencial também organizar todo o caminho que o cliente vai fazer desde a solicitação do produto na loja virtual até o monitoramento de sua satisfação no pós-venda.
Como a loja virtual não possui vendedores, ela deve conter o máximo de informações e imagens dos produtos, de forma objetiva. Estímulos como descontos especiais ou outra recompensa tornam o processo de compra ainda mais rápido.
É preciso disponibilizar canais de comunicação diretos entre o consumidor e a empresa, como e-mail, chats, perguntas frequentes e telefones. “Não se esqueça de sempre obedecer ao Código de Defesa do Consumidor, exibir as informações da loja e as políticas de trocas e devoluções”, destaca Max.
FATORES DE SUCESSO
Algumas dicas colaboram para o sucesso de uma loja on-line. De acordo com recomendações do Sebrae-SP, investir em um nicho específico de mercado proporciona menos concorrência, além de demandar um investimento inicial menor. A divulgação do e-commerce deve ser permanente e feito em vários canais.
Outro diferencial importante é um atendimento impecável ao cliente, com diversos canais de contato e respostas ágeis e prestativas, bem como a utilização desses canais para gerar vendas adicionais e conhecer melhor o perfil do consumidor.
É recomendável que o site da loja virtual seja responsivo, ou seja, que se adapte ao tamanho das telas de diversos aparelhos, como smartphones e tablets.
Observar a concorrência e conhecer o mercado de atuação e o público-alvo é importante na hora de converter os clicks em compras e formar o preço de forma adequada.
Por fim, a empresa deve procurar sempre garantir uma entrega rápida e no prazo prometido, de forma a garantir a satisfação e fidelizar clientes para a loja virtual.
ESTUDO PRÉVIO E CAPACITAÇÃO
A empresária Karina Karelli, proprietária da loja virtual de roupas femininas Karelli Closet, conta que estudou o mercado e se capacitou durante nove meses antes de abrir seu e-commerce, no final de fevereiro deste ano.
“Estava começando a montar a loja virtual quando surgiram os primeiros casos do coronavírus. Em decorrência disso, tivemos que acelerar o processo”, afirma.
A opção por uma loja virtual, segundo a empresária, deve-se aos custos mais baixos em relação à loja física, além da maior capilaridade, ou seja, da capacidade em alcançar mais clientes.
Karina contratou um profissional para a escolha da plataforma (Loja Integrada), criação da loja e de sua identidade visual. Paralelamente, possui páginas no Instagram e no Facebook, plataformas nas quais também realiza vendas.
A loja acabou de criar um sistema, o Fashion Shopper, por meio do qual encaminha malas com roupas para as casas das clientes, de acordo com suas preferências. Elas escolhem as peças, fazem o pagamento e devolvem as malas com os demais artigos que não foram adquiridos.
“Vender on-line não é fácil e a concorrência é grande. Por isso é sempre importante estudar e se capacitar”, conclui Karina.